segunda-feira, 28 de junho de 2010

Não está fora de mim, isso não existe!

Olhar-se no espelho não era mais a mesma coisa. Não era o seu reflexo apenas o que ele via, mas tudo o que existia; e nada fora daquelas luzes eram reais.

Sua dor era a única 'do' mundo e não 'no' mundo.

Mas não era bem dor o que ele sentia, se parecia mais com mosquitos sangue-sugas em seu pênis. Há algo mais egocêntrico que isso num homem?

Errei: era sim dor; há parte do corpo que doa mais num homem que o seu pênis?
Mas não era bem sexo o que ele queria, não era sexo o que ele fazia. Estamos falando apenas de um espelho e não era de si mesmo que ele estava se enchendo.

Ele queria tudo, mas não sabia que o espelho só reflete o que se encontra em sua frente. Ele não sabia, não sabia, não sabia... juro!

Então ele tentou entrar naquela moldura, que acabou caindo em cima dele, fazendo-o se cortar em várias partes do corpo. O sangue jorrava da sua derme. Foi quando ele percebeu que não era o único pênis 'do' mundo, mas o único 'no' mundo que sangrava por burrice.

[burrice não, coitado! Era apenas desconhecimento]

Ele entendeu da pior forma o significado de "Solipsismo".