quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

e QUE SE FAÇA VOCÊ!

e que se faça amor
e que se faça esperança
e que se faça tolerância
e que se faça amizades
e que se faça desejos
e que se faça realizações
e que se faça correntes
e que se faça corajosos
e que se faça desafios
e que se faça conquistas
e que se faça brincadeiras
e que se faça sorrisos
e que se faça beijos e abraços
e que se faça indivíduo
e que se faça comum e social

e que esse dois mil e nove seja capaz de te oferecer as ferramentas necessárias para que VOCÊ faça

FELIZ ANO NOVO!

Agora ouça a minha indicação de trilha sonora para iniciar o novo ano:
http://www.youtube.com/watch?v=KXN9r6tPgHU

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

eRROS

- Dona Dúvida, deixa-me te perguntar: será que sou eu quem me excluo do mundo ou será o mundo que, mesmo com as minhas investidas em parecer aceitável, insiste em me excluir dele?

e a D. Dúvida respondeu:
- Meu querido companheiro, tudo nessa vida se trata de fazer a pergunta para a pessoa certa.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Exposição "Cadeiras Também Andam", no Cine Sesi Pajuçara



A CADEIRA talvez seja o ícone mais enigmático de um ambiente. Remete conforto e intimidade. É companheira em vários momentos e marca sua personalidade onde quer que seja vista. No nosso quarto ela serve de apoio para as roupas sujas ou aquelas que ainda vamos usar; no trabalho ou na escola é o nosso cálcio; é solidária a nossa impaciência na sala de espera do consultório médico; é a nossa terceira perna durante a sexta-feira à noite, no barzinho entre os amigos; é a confidente de um romance quando comporta o casal sobre suas quatro pernas de "Namoradeira"...

Nós, estudantes do primeiro período do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores, do CEFET-AL, enxergamos a CADEIRA como um ser (talvez inanimado) que é testemunha de um cotidiano aparentemente banal, mas que se confunde entre as relações interpessoais, as intimistas e até mesmo as espirituais.


Texto que escrevi para a apresentação da exposição. Assinam a mostra: Aline Beatriz, Aline Lemos, Camilla Peixoto, Daniela Moreira, Ellida Gomes, Emily Silva, Fernanda Cavalcante, Hedhylliana Rodrigues, Larissa Morais, Mônica Xavier, Natasha Poliny, Teresa Cristina, Tuira Maia e Viviane Vasconcelos.

A exposição "Cadeiras Também Andam" permanece até o dia 20 de dezembro no hall do Cine Sesi Pajuçara.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Benhur


Lá vem o Benhur
Em passos lentos como o vento
Ao encontro de nós mulheres do D.I.
Nós que somos, maturas, imaturas, equilibradas e...
Só mesmo o Ben Para nos querer Bem!
Também, com toda sua fortaleza ou será pela sua pureza?
Salve, salve, simpatia!
Por tudo que representa para nós.
Ah, e pelo seu aniversário!

24/11/2008



Esse poeminha foi escrito por Teresa Cristina, colega do curso de Design de Interiores. Mas ela deixou que Emily, Larissa, Natasha, Hedhyliana, Viviane, Fernanda, Aline Beatriz, Camilla Vasconcelos, Aline Lemos, Daniela e Helvinho - seu filhinho ainda em gestação (colegas de turma) e Lula Negão e Iolita (professores) assinassem a sua obra. Foi escrito em 28/11, dia da festinha que elas me prepararam. Ah, o "pureza" da poesia é porque eu sempre digo que sou O Puro da turma (risos).


Amo vocês, meninas do D.I.

sábado, 15 de novembro de 2008

tETO DE PVC


Há alguns dias as ripas do telhado do meu quarto foram invadidas por uma colônia de cupins. Para o meu azar (além desse) o meu quarto é forrado com PVC. Isso só dificulta ainda mais o "tratamento" do telhado - já estou vendo os transtornos que isso vai causar. Não me imagino sem o meu cantinho. Se me destelharem, para onde vou? É uma desgraça não ter um lugar para onde fugir. O México é tão longe... E se me tiram a Internet então? Não, não tirem o meu teto cupins, imploro.

Se me destelharem, vão descobrir que eu escondo um cadáver entre as telhas e o PVC. Faz tempo que o mantenho lá e nunca me descobriram porque fiz um ótimo trabalho de mumificação. O corpo permanece fresco. Era a casca de um cara que vivia enchendo o meu saco, me chateava com perguntas bobas e as vezes inconvenientes. Eu negava tudo, jurava inocência. De fato eu era inocente, mas decidi me culpar porque chegou a um ponto em que eu não aguentava mais e disse para ele que sim, que eu era culpado. Pensei que ele me deixaria em paz, mas, putz.

Ele agora me ameaçava, dizia que contaria ao meu irmão. Voltei atrás. Mas ele queria me ferrar legal. Bem, não tive escolha. A cicuta entrou no organismo dele e fez o seu trabalho sujo. É incrível como a Internet é reduto de informações úteis ("Como executar uma mumificação caseira?").

Para quem não sabe, PVC é fácil de se encaixar um no outro. O contrário também é. Ele repousa de forma assustadoramente calma e eu, assustadoramente, também permaneço quieto e sóbrio. Nunca mais ouvi ameaças, mas parece que os cupins foram com a cara do infeliz e decidiram ajudá-lo. Sim, por que do nada surgiram três "carreiras" de cupins na parede do meu quarto, todas provenientes do teto de PVC. Repentinamente e bem acima da minha coberta. A minha cama é encostada na parede e os cupins se aproveitaram da oportunidade e visitaram o meu sono. Senti o meu corpo invadido por vermes. Vai ver a múmia queria isso: fazer com que eu sentisse como é estar morto e ter a minha carne violada por vermes.

As três "carreiras" foram extingüidas pela minha mãe com algum produto que desconheço. Minha paz voltou. Matei sim e não estou preocupado com isso. O que me preocupa são os cupins. Espero que eles não retornem ao meu leito.




segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eu, o quê?

Tela de Piet Mondrian



Pobre garoto bobo
um dia imaginou ser cadeira
"Relaxa!", ouviu ele
"Ninguém liga"


Mas ele também não liga
ele nem liga pra si
"Está caindo em graça"
[des] graça


O travesseiro está coberto de beijos
o lençol é tão fálico
e tudo o que ele deseja é fechar os olhos
sentir outras pernas
e pensar que tem permissão para tudo isso


Por mais confuso que seja
"Difícil te entender"
ele também não liga
já disse não ser palhaço
mas nunca houve narizes vermelhos nessa festa


Os cabelos crespos levam a culpa
outras partes desse corpo também são mutiladas
mas se guardam em um armário de manequins
"Ainda confuso"
mas por sorte você vence a Esfinge


Ele está esperando
angustiado
desesperado
amarrotado
cair em graça
[agora de fato] graça




Escrevendo enquanto ouvia anestesiado "6 Underground", da banda de trip-hop Sneaker Pimps






sábado, 4 de outubro de 2008

...de amigo para amigo

Esferas, por Salvador Dali
"Eu estou em abstinência, o difícil vai ser a overdose"









Essa frase foi recitada espontaneamente por uma grande amiga que diz não ter talento para a poeticidade, quando na verdade sua prórpia vida é inspiração para mil poetas. Ela sempre fala umas frases do tipo e nunca registra (acho um desperdício) - Rivângela.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

o ERRO DE MATERIALIZAR O SUBJETIVO


Homo sapiens sente coisas
sente coisas que gosta
sente coisas que despreza
sente o que conhece
sente o que não o convém

É forte esse tal sentir
bom ou ruim
se manifesta no estômago
arrepia algumas dermes
fere alguns músculos pulsantes

É tão sem para-quê esse sentir
sentimos que devemos expor essas criaturas
mutações nas sinapses
e assim eles aparecem:
escritos
fotografias
gritos
sorrisos
abraços
suores
lágrimas
desenhos...

Agora podemos manusear o tal sentir
hoje a estante da sala
amanhã a gaveta do armário
alguns exigem se esconder debaixo do colchão
outros preferem as molduras dos quadros
ping-pong do sentir

Puf!!!
cuidado
o seu sentir pode preferir sair por aí
e não querer voltar
você não vai poder senti-lo mais
S E N T I R

sábado, 13 de setembro de 2008



"Mesmo depois de toda a ciência, ainda corro contra a parede."

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

aMANHÃ...


Se eu perguntasse a qualquer pessoa como ela gostaria de morrer, certamente eu escutaria "Ah, dormindo". Com efeito, dormindo é a forma com a qual todos desejam ir daqui. Daqui. Mas talvez não fosse melhor saber que morreríamos há 2 meses, por exemplo? Ou pelo menos ter uma previsão de quando falecer? É macabro, eu sei, mas talvez se soubéssemos com antecedência, aproveitaríamos mais o resto de ar atmosférico que nos circunda. Pensem bem. Nos programaríamos para realizar coisas das quais sempre tivemos vontade de fazer que não tínhamos coragem. Daríamos valor as pequenas coisas, porque saberíamos que não teríamos mais acesso a elas. A luz baixa do nosso abajur antes de cerrar os olhos, aquele bigodinho de leite que fica no nosso buço, o "Vem que horas?" escutado pelo telefone em uma voz materna, o cheiro de roupa limpa, o tapinha nas costas de um amigo, aquela joaninha que pousou na nossa mochila durante o lanche, as visões através da janela do ônibus... Tem tanta coisa que a gente não dá valor. Só quando perde. Morrer dormindo tem a vantagem de não se sentir dor, agonia ou ansiedade intensa. Mas já imaginaram morrer no dia seguinte em que você teve uma briga feia com a namorada ou namorado? Ir embora sem pedir desculpas, mesmo que você não seja o culpado ou culpada. Ir sem dizer adeus. Ir sem dizer que vai esperar pela pessoa amada. Piegas? Muito piegas. Extremamente piegas. Mas já imaginou ir sem dizer "Eu te amo!"?



Se eu gostaria de saber quando vou morrer?


Resposta: "Não, sou muito covarde para isso!"




Mas alguém, em algum lugar, alguém que não conheço e de quem nunca ouvi falar foi embora no embalo do sono.




Hoje, sexta-feira, 5 de setembro de 2008, eu fui cortar o cabelo. A cabeleireira passava a máquina na minha cabeça enquanto conversava com um amigo. Dizia ela que o Sr, Fulano de Tal havia morrido hoje, dormindo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

a ÉTICA DA ARTE MANUFATURADA


Na minha primeira aula de Atelier de Plástica, ministrada pelos professores Iolita Marques de Lira e Luis Antônio Costa Silva, perguntei se design pode ser considerado arte. A resposta, que dialogava entre o "sim" dos Designers otimistas e o "não" de designers embasados nos conceitos mais aceitos sobre o que é arte, me pareceu um "não". O que sei sobre esses conceitos (conhecimento bem vago e superficial) é que arte não é produzida em série ou com uma finalidade definida pelo público alvo, até porque a arte não é produzida para agradar ou desagradar, ela é feita para a satisfação e exteriorização dos sentimentos do artista. Então o que dizer de um designer? O que dizer de uma peça doméstica que possui um design mais elaborado? Ao menos, prefiro que esse tipo de "artista" e esse tipo de "arte" não sejam comparados as pessoas que popularizaram a arte, de maneira que essa ganhe características manufaturadas. Quando obtive a resposta do meu questionamento, concordei. Lendo um livro da coleção Primeiros Passos, da editora Brasiliense (adoro essa coleção), "O que é design", de Wilton Azevedo, reafirmei a minha aceitação de que design não é arte. Segundo o autor, design, que vem do inglês, quer dizer projetar, compor visualmente ou colocar em prática um plano intencional. Um exemplo que ilustra claramente essa relação design/arte dado pelo Wilton é a possível intenção de Van Gogh quando compunha os seus quadros: sua intenção não era reproduzir uma obra sua várias vezes para que ela fosse adquirida pelo maior número de pessoas possíveis. Mas, como já disse antes, não acho que o design não tenha o seu merecido valor. É preciso talento e uma porção caprichada de criatividade, mesmo sabendo que essa criação será reproduzida em série. O que se deve fazer? Eu acredito que se deva dar valor ao design humanitário, aquele em que o designer tem compreensão de que sua criação vai ocupar as casas de várias pessoas e que ele use essa "comunicação" para passar um pouco de responsabilidade social e conscientização. Passei a pensar desse modo após assistir as minhas primeiras aulas de História do Design, ministrada pela professora (e jornalista) Rossana Gaia. Um bom designer tem que ter a idéia geral (ou até mesmo global) de que sua "arte" terá largo alcance. Deve-se repudiar o designer que produz simplesmente para ter algo seu nas diversas prateleiras das lojas, para ter o seu nome estampado em alguma galeria do gênero. Um bom designer deve ter noção de regionalidade, identidade, cultura presente sem deixar de manter o contato com a alteridade, com o que é do outro. Mantendo essa prática, teremos um bom designer que faz seu talento ser confundido com uma obra de arte... quem sabe não é?

domingo, 10 de agosto de 2008

uMA PONTE E DOIS DEGRAUS

O caminho é longo
sempre foi e sempre será
Atravessar um rio que se tem medo
Corrente furiosa!
Viver em uma face chorosa que sempre se viveu
Acostumar-se com a conformidade das amenidades cotidianas
C-O-T-I-D-A-N-O

Só se chega ali (meu real destino), se eu ultrapassar a ponte
Uma ponte posta... Imposta
Devo atravessar?
Um rio forjado, uma travessia fascista
Preciso passar, mas as águas, antes calmas, me afugentam

Um costume que se fixou em mim:
o medo de mudar, ir para o outro lado
Acostumei a viver o que tenho
a sentir o que sinto

Uma ponte, ponto!
Ponto numa ponte
uma ponte pontilhada no imaginário
Depois dos pontos
há a ponte
Surpreendente, mente a ponte
não é só ela que devo vencer
ainda há uma ponte



...e mais dois degraus






segunda-feira, 4 de agosto de 2008

oS VÁRIOS DE MIM DISTRIBUIDOS POR AÍ

Durante um papo existencialista, descobri.
Na verdade, me descobri vagando por muitos lugares, de formas diferentes e inimagináveis até mesmo para mim. Há momentos em que você tem que se mascarar, disfarçar, mostrar uma outra faceta, ser bem humorado entre os amigos e rude com outros indivíduos. Talvez, quando fazemos isso, ou seja, quando vivemos cotidianamente normal, isso pareça falso, é como se você se mostrasse ser um na frente de determinadas pessoas e outro quando está sozinho. Você não é 100% você.
Pode ser, mas discordo da falsidade embutida nessas ações. Eu admito aqui que não sou o mesmo, quando estou em casa, na frente dos meus amigos, nem sou o mesmo que sou na rua, em casa. Mas quem disse que essas múltiplas personalidades ainda não sou eu? Infelizmente, ou felizmente, eu amadureci mais rápido que a maioria dos meus colegas de sala, na época de escola e isso me fez reprimir a exteriorização de muitas das coisas que eu pensava na época, porque era estranho ter idéias e conceitos tão diferentes dos meus amigos. Sentia como se não pudesse falar ou retrucar as asneiras que eles falavam no intervalo, coisas tão comuns naquela idade. Logo, nunca fui eu quando estava na escola. O mesmo acontecia na minha relação com os meus pais, os meus primos, os professores... Nunca fui muito eu. A universidades me soava como um lugar onde eu poderia ser mais eu, sem censuras. Não há censuras, mas há moralidade. Não é conivente com o convívio social ser você por inteiro (e não estou dizendo que você deva se guiar pelo o que digo). Mas descobri nesse papo que esses poucos de mim que eu deixo escapar como um conta-gotas nas minhas ações ainda continuam sendo eu. Mesmo quando eu concordo com alguém pelo simples fato de querer cessar aquela conversa e não por realmente consentir. Isso sou eu porque, através desse ato, estou demonstrando o eu que não quer magoar o interlocutor. Quando estou entre os meus amigos da igreja, exercito o eu temente a Deus, quando estou entre os meus amigos da UFAL, exercito o eu desencanado e relaxo. O primeiro eu é tão verdadeiro quanto o segundo, nem por isso eles têm que aparecer simultaneamente. Os lugares onde as solas dos meus tênis tocaram têm um pouco de mim. Não têm 100% do meu eu, mas não há falsidade nessas pegadas se você souber interpretar bem as marcas.
Atenção! Você pode cruzar com os muitos eu's distribuídos por aí.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

FALSO aMOR


Ela era uma simples maruja
Carregava as cargas mais pesadas do navio
Senti pena do líquido quente e salgado,
que percorria a sua linda tez
Ela olhava para mim como se eu fosse distante
Eu, Almirante Mor

Tirei-a daquela vida
Dei copo, lambidas e gesticulações
Ela passou a somente limpar o convés
Eu, ainda assim, senti pena
Eu, Vice-Almirante

Tirei-a da labuta indecente
Dei óculos, destino e sonho de padaria
Ela olhava pra mim de maneira mais amistosa
Eu ainda sentia pena e até achei que ela era melhor que eu
Eu, Suboficial

Tirei-a do trabalho árduo
Dei meus verdadeiros átrios e venosos
Ela agora me olhava como superior a mim
Eu, agora, senti pena de mim
Eu, marujo

Tirei-me do vácuo
Dei-me vela, incenso e um biscoito da sorte
Ela agora...bem, de quem estamos falando mesmo?
Ela, FALSO aMOR
Eu nunca tinha me notado no balanço do mar
Eu, Almirante-Mor



Esse poema foi inspirado numa amiga e no novo blog dela. Para quem escreve, um novo blog é uma nova vida.
"Any, que os navios da nossa vida se ocupem dos bons marujos"
Essa foto foi tirada por mim, as margens do rio São Francisco, no município de Pão de Açúcar/AL.


pERDER-ME


Gosto de manter o controle do que sinto. Se me vejo perder essas rédeas, desespero-me! Um mantra pairando no meu teto? Não sei...só sei que quando isso acontecer de novo, vou cair no sono e tomar uma dose de amnésia: odeio lembrar do que odeio.
















Esse pequeno texto foi feito espontaneamente enquanto eu comentava um outro texto do blog de uma amiga - Lívia Vasconcelos (link em mATA BORRÕES DO CÉU, neste blog). Gostei muito do que eu me disse, então, ctrl+c e ctrl+v aqui. Estou satisfeito.

domingo, 13 de julho de 2008

nUBLADO


"Há dias em que a gente tem a impressão de que ele passou rápido demais. As vezes não é só impressão!"

sexta-feira, 11 de julho de 2008

o SEGREDO E A CHAVE


eRAM ENVOLVENTES. aS PAREDES ERAM ALTAS E BRANCAS. aPESAR DA ARQUITETURA MODERNA, AS LINHAS REMETIAM A UM EXPOENTE MEDIEVAL. a IGREJA ESTAVA SILENCIOSA E SUA BRANCURA E IMPONÊNCIA FIZERAM O MENINO SE SENTIR INFERIOR. tALVEZ ESSA FOSSE A DESCULPA DELE, A DESCULPA DO MOTIVO DOS PÊLOS DO BRAÇO DELE ESTAREM TÃO OURIÇADOS. o QUE O FAZIA TREMER MESMO ERAM AS SUAS AUTO-CRÍTICAS. dE QUATRO A CINCO PESSOAS NA FILA DE ESPERA DO CONFESSIONÁRIO - TEMPO SUFICIENTE PARA ELE REVER AS PALAVRAS QUE FUGIRIAM DO SEU ESTÔMAGO A QUALQUER MOMENTO. eLE TOMOU FÔLEGO E REPENSOU NAS PALAVRAS EXATAS. iSSO FEITO, FOI PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL ELE NÃO COMEÇAR A REVIVER OS ERROS QUE IRIAM SER REVELADOS NAQUELA TARDE A UM ESTRANHO. eLE NUNCA TINHA IDO ÀQUELA IGREJA, EMBORA JÁ TIVESSE OUVIDO FALAR MUITO DELA. eLE VESTIA ROUPAS DE UM GAROTO, SENTAVA COMO UM GAROTO, SOLUÇAVA COMO UM GAROTO, MAS O SENTIMENTO DE CULPA FORJADO NO CORAÇÃO DELE ERA ORIUNDO DE UM PEITO MADURO. nÃO QUE O ATO TENHA SIDO MONSTRUOSO, MAS A CULPA, A CONSEQUÊNCIA NOS SEUS SONHOS FIZERAM-O REAVALIAR OS SEUS MODOS. nA IDADE DELE NÃO ERAM MAIS ADMITIDAS AS MENINICES QUE ELE COMETIA. aTÉ MESMO O GAROTO-HOMEM SABIA DISSO. oS SEUS ATOS OBRIGAVAM OS SEUS PÉS A VAGAREM PELA IGREJA VAZIA, QUE TINHA O MÁRMORE COMO TAPETE. eLE ESTAVA A DOIS PASSOS DA PORTA, ELE PODERIA...mAS NÃO...aS LÁGRIMAS COMEÇARAM A SURGIR NOS OLHOS DELE QUANDO ANUNCIARAM A SUA VEZ. qUE PECADO?! uM LONGO CAMINHO A PERCORRER, DESDE A PORTA ATÉ A SALINHA DE SEGREDOS. eLE PERCEBEU QUE A PORTA NÃO TINHA FECHADURA, SÓ MAÇANETA. "Será que alguém mais escutará o meu segredo?". tOMOU CORAGEM E ENTROU MESMO ASSIM, ERA AGORA OU NUNCA PARA ELE. aVISTOU UMA BATINA E UMA FACE AMIGÁVEL E JOVEM, MAIS JOVEM QUE ELE IMAGINARA. mAS SE SEGREDOS ANTIGOS E EMPOEIRADOS FOSSEM FÁCEIS DE EXTERIORIZAR, SERIAM ANUNCIADOS A TODO MOMENTO. eSSE ERA UM VELHO SEGREDO, MAS QUE O ATORMENTARA TANTO E DE FORMA TÃO NEFASTA QUE NÃO HOUVE ESCAPATÓRIA: ELE TINHA QUE CONTAR A UM SER VIVENTE E RACIONAL. oS CABELOS COMEÇARAM A COÇAR, A ROUPA PARECIA QUENTE DEMAIS, SUA PELE VIROU PURO ÓLEO NAQUELE MOMENTO, SEUS DEDOS DOS PÉS PARECIAM TER DESAPARECIDO DENTRO DO TÊNIS. sERÁ QUE DAVA PARA SER OUTRO DIA? qUANTO TEMPO MAIS ISSO DEVERIA SER ADIADO? eNCHEU OS PULMÕES DE AR, SEU PEITO SUBIU E DESCEU EM UM SEGUNDO, E QUANDO SEUS LÁBIOS ROUBARAM A CORAGEM DAS PAREDES DO ESÔFAGO, QUANDO SONS ARTICULADOS COMEÇARAM A SEREM PROFERIDOS, ELE CAIU DA CADEIRA E SE DISSOLVEU NO CHÃO DO CONFESSIONÁRIO. dEPOIS DE TODO O ALVOROÇO, FORA ENCONTRADO NO BOLSO DELE UM BILHETE E UMA CHAVE. o BILHETE DIZIA QUE ELE, ANTES DE SAIR DE CASA, HAVIA TOMADO UM VENENO QUE DEIXAVA O SER QUE O INGERIU COM APENAS ALGUNS MINUTOS DE VIDA E QUE SE POR ACASO ELE MORRESSE ANTES DE CONTAR QUALQUER COISA, ERA PORQUE O DESTINO TOMARIA A SUA VEZ DE FALAR. oU SEJA, ESSE SEGREDO NÃO DEVERIA SER SABIDO DE NINGUÉM. dEVERIA SER ESQUECIDO ASSIM COMO O ÚLTIMO LIVRO, DA ÚLTIMA PRATELEIRA DA BIBLIOTECA. a CHAVE? bEM, ATÉ HOJE NINGUÉM SABE QUE BOCA ELA FECHA. mAS POR BOA FÉ, NINGUÉM OUSOU DESCOBRIR O SEU SEGREDO.
Ele tinha 18 anos, assim como eu. Estranho não?

quarta-feira, 9 de julho de 2008

10/07/2008, dIA DE CHUVA


qUAL O SEU SEGREDO MAIS SUJO? iNDEPENDENTE DE CRENÇA E DOGMA, A EXPERIÊNCIA DE SE CONFESSAR É ALGO TOTALMENTE ANGUSTIANTE. iNDEPENDENTE DO QUE VOCÊ CONSIDERA ERRADO, DE ACORDO COM ALGUM EIXO IDEOLÓGICO, HÁ SEMPRE ALGO QUE, NOS ARQUIVOS DA NOSSA DERME, SENTIMOS VERGONHA DE TER COMETIDO. nESSE MUNDO FALIDO, TALVEZ PAREÇA IMPOSSÍVEL NÃO JULGAR ALGUÉM POR ALGUMA COISA: ALGO QUE DESPERTOU NOS NOSSOS OLHOS OU QUE OFENDEU A IDÉIA MODELO DE PERFEIÇÃO QUE TEMOS, MAS A FILA DE ESPERA DE UM CONFESSIONÁRIO É SEM DÚVIDA, PELO MENOS PARA MIM, UM DOS ÚNICOS LUGARES ONDE JULGAR E SER JULGADO É IMPOSSÍVEL. aLI VOCÊ ENCONTRA PESSOAS QUE, ASSIM COMO VOCÊ, ARRASTAM NO PEITO A VERGONHA DOS SEUS ERROS. vOCÊ OBSERVA AS FACES SILENCIOSAS DAQUELAS PESSOAS E PERCEBE O QUÃO FRACO É O HOMEM, QUE APONTA O DEDO PRO MUNDO, MAS NÃO SUPORTA A SUA PRÓPRIA ROCHA. aLI, NAQUELA ESPERA, TODOS PARECIAM DA MESMA FILIAÇÃO, TODOS NA MESMA SITUAÇÃO. uM, DEPOIS O OUTRO E MAIS OUTRO, ATÉ QUE CHEGA A VEZ DA MINHA PRIMA. vAGUEI POR ENTRE AS COLUNAS ALTAS E BRANCAS, A IGREJA ESTAVA SILENCIOSA E FRIA, NÃO SEI SE POR CAUSA DO CLIMA; OU POR CAUSA DAS PAREDES QUE ORA REVEZAVAM EM TIJOLOS, ORA PAREDES DE VIDRO, ORA GRADES DE FERRO; OU SE ERA O QUILO, TONELADA, QUE EU ESCONDIA NO PEITO, QUE TEIMAVA EM ME FAZER BATER O QUEIXO NAQUELA TARDE. vESTI MEU MOLETON E CAMINHEI, MEUS PÉS ME CONDUZIAM A DIVERSOS CANTOS DAQUELE SOLO SAGRADO. a IDÉIA DE CONTAR À UM ESTRANHO O ABISMO DOS MEUS NEURÔNIOS ME PERTURBAVA. nUNCA FIQUEI TÃO NERVOSO, MINHA CASCA ESTAVA PRESTES A SER VIOLADA, MEU ESCUDO SERIA IGNORADO, eu seria desmascarado! aLGUNS PASSOS TORTOS, UM SUSPIRO PROFUNDO E LOGO EU AVISTAVA, NA MINHA FRENTE, O PADRE - AQUELE QUE SERIA O PRIMEIRO A VER OS MEUS LÁBIOS TREMEREM DIANTE DA MINHA REVELAÇÃO. dEI UM SORRISO, SENTEI-ME. aLI, DIANTE DO PADRE, SENTI O RENASCER DO PROBLEMA QUE TANTO TEM ME ATORMENTADO. nÃO FOI FÁCIL. eLE ESPEROU, ESPEROU, ESPEROU, ATÉ QUE, NA AFLIÇÃO DOS MEUS DEDOS QUE ACARICIAVAM A MINHA TESTA E PASSEAVAM EM CIMA DA MESA DA SALINHA, EU ME REVELEI. a CAPA DO BOM-MENINO CAIU. "Quem será que tem a coragem de ir buscá-la para mim naqueles montes longíquos?" o PADRE FOI HUMANO, FOI ACONCHEGO NO BRANCO. iNDEPENDENTE DE CRENÇA, PENSEM ESSE TEXTO COMO UMA EXPERIÊNCIA HUMANA - EXPOR CORRENTES E, ABAIXO DESTAS, AS FERIDAS QUE NÃO DEVEM SER VISTAS, LEPRAS - AQUILO QUE VOCÊ NÃO QUER MOSTAR, MASCARAR COM UM SORRISO, MAS QUE NO FUNDO TE TORTURA COMO UM "AMIGO" DO DOI-COD. eXPERIÊNCIA SIGNIFICATIVA! sABER QUE VOCÊ CONTOU aQUILO À ALGUÉM, QUE NUNCA CONTARÁ À OUTREM. sAI DALÍ, VI O MÁRMORE QUE SERVIA DE TAPETE NO CHÃO DA IGREJA:



"Ben, 1 Pai-Nosso e 10 Ave Marias. Não esquece!".


A foto foi tirada por mim, numa igreja de Pão de Açúcar/AL.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

cANO DE ESCAPE



mALDITA MANIA DE ESPERAR PELAS PESSOAS. é COMO SE A MINHA FELICIDADE DEPENDESSE DELAS, OU MELHOR, DA FELICIDADE DELAS. eSSE SEMESTRE ME MALTRATOU MUITO, PISOTEOU AS MINHAS MÃOS. nÃO TIVE TEMPO PARA RECOMPOR A MINHA PERSONALIDADE E DE ME REAFIRMAR - ATIVIDADE ESSA QUE PRATICO TODOS OS DIAS. sENTI FALTA MIM. eRA COMO SE EU SENTISSE AS MINHAS CARÍCIAS, MAS SENDO FEITAS PELOS PÉS E NÃO PELAS MÃOS. dESESPERO DE UM COPO DE CAFÉ QUE NUNCA FORA BEBIDO. sEMPRE DEPOSITEI A MINHA ESPERANÇA NOS OUTROS, COMO JÁ HAVIA DITO ANTES: "maldita mania!". aGORA ABRE-SE UM CLARÃO NO MEU PEITO SUJO E CANSADO. jURO!!! mE DEU VONTADE DE CHORAR ESSES DIAS. pARECE QUE, DEVIDO AO MEU COTIDIANO ATAREFADO, AS "COISAS PESSOAIS" A SEREM RESOLVIDAS FORAM SE ACUMULANDO. aS VEZES PENSO QUE, SE EU PUDESSE ESCOLHER, NÃO TERIA VIDA PESSOAL, SÓ ME ATRAPALHA, EU NÃO TENHO CONTROLE SOBRE ELA E ODEIO PERDER O CONTROLE SOBRE ALGO DE MINHA RESPONSABILIDADE. qUEM FOI QUE TEVE A OUSADIA DE COMPLICAR A MINHA VIDA 2? aCHO QUE O MEU ORGANISMO PERCEBEU QUE POR ESSES DIAS EU ESTAVA MAIS DESOCUPADO E RESOLVEU AVISAR AO MEU DESESPERO QUE ESTE PODERIA FAZER UMA VISITA AO SEU VELHO AMIGO bEN. pENA O MEU ORGANISMO DESCONHECER A FAMA DE ESPAÇOSO QUE O MEU DESESPERO TEM: ELE SE INSTALA NAS MINHAS ENTRANHAS, DOMINA O MEU RACIOCÍNIO E, POR SABER QUE EU REPRIMO TODOS OS SENTIMENTOS QUE CONSIDERO INADEQUADOS PARA SEREM EXTERIORIZADOS, EU FICO A CENTÍMETROS DE EXPLODIR. sÓ QUE EU NÃO FAÇO ISSO, TUDO FICA NOS cm! o MEU ORGANISMO, COMO FORMA DE RESOLVER O PROBLEMA, TENTA DE TODO O JEITO LANÇAR OS DEJETOS DESSE INQUILINO NO LIXO, MAS SEMPRE ENCONTRA A MESMA SOLUÇÃO QUE NÃO ME AGRADA NEM UM POUCO - CHORAR. oDEIO CHORAR. sEI QUE É A MANEIRA MAIS PRÁTICA DE RECICLAR O LIXO, E O MUNDO PRECISA MESMO APRENDER A RECICLAR O SEU LIXO, MAS NÃO DÁ. mE SINTO FRACO SEMPRE QUE CHORO. sE RESOLVE OS PROBLEMAS? tALVEZ. mAS NÃO QUERO ARRISCAR. Busco de forma desenfreada uma outra maneira de me libertar dessa mordaça. A minha busca sempre existiu e nunca acabou, deve haver (não é possível) uma maneira revolucionária de chupar o veneno alojado na corrente sangüínea e cuspí-lo. cUSPIR ESSE VENENO CHAMADO ANGÚSTIA, QUE ME PERTURBA NAS MANHÃS DE DOMINGO E USURPA OUTRO SER NAS SEGUNDAS-FEIRAS DO MÊS SEGUINTE. sE MINHAS PAREDES NÃO FOSSEM TÃO BRANCAS, TALVEZ EU NÃO TIVESSE RECEIO DE CUSPIR ESSE SANGUE CONTAMINADO NELAS. vONTADE DE QUEBRAR O PULSO! vONTADE DE ARMAR O BARRACO! vONTADE DE GRITAR "Eu te amo" MISTURADO COM UM "Vá à merda!". vONTADES...DESEJOS, SURGEM COMO SE FOSSEM REALMENTE NECESSÁRIOS EM MOMENTOS DE NOSTALGIA. Inspira, respira, ufa! Blogoterapia resolve mesmo hein?
Essa foto foi tirada por mim, numa igrejinha de um pequeno povoado perto de Pão de Açúcar. Dizem por lá que Lampião torturou um inimigo da seguinte maneira: mandou que o infeliz tocasse os sinos dessa mesma igreja até que rachassem. Se o coitado não conseguisse, teria a sua vida finalizada pelas mãos do cangaceiro. É isso o que a minha angústia tem feito comigo. Ela, inspirada em Virgulino, me maltrata do mesmo jeito, só que ao invés do sino, o que ela quer que rache é o meu cérebro. Eu não sei se o pobre infeliz conseguiu se livrar de Lampião, mas eu espero não ter o mesmo fim.

domingo, 29 de junho de 2008

eFEITO LUMINOSO


Ofusca os meus olhos naquela noite
onde a lua se esconde tímida
se seu efeito não sai na rua
é como se o dia vagasse em ruelas
e se sua pele não passeia pelos deboches
Ah! Eu estou vivendo para que?

Um sorriso esquivo e inocente
é a salvação de uma noite mal dormida
e se sua tez se encontra não-festiva
é porque algo de ruim alguém lhe fez
Como saber?
Procure uma lágrima escondida na nuca

Como dizer que ela é negra
se sua cor é cintilante prazer
se sua derme é preto-prata
faz tudo parte de um caleidoscópio
E se a sinceridade dos abraços
chocam os vultos na rua
é porque o mundo ainda não experimentou
um doce "Oi" que desliza pelos lábios dela


Esse poema foi feito em homenagem a uma grande amiga, que faz aniversário hoje, dia 30 de junho. Luanna, meu anjo, espero que essa data glorifique ainda mais a sua personalidade singela e marcante. Te adoro. Feliz Aniversário de seu velho amigo, Ben.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

sONAMBULISMO


São 3h15min da madrugada
ela despertou...tic tac
seu tempo é precioso
não deixa morrer a flor do meio-dia
se morrer, ela não mais vive
A flor não mais vive


Divide-se em outras
que buscam ser a verdadeira
as outras cópias vagam como sonâmbulas
Ah! se seus amigos tivessem seu precioso tempo
Suas cópias não nos serve
mas nos distraem enquanto a lady não vem


Ela, agora a verdadeira, chegou
tudo parou:
as flores do meio-dia;
os livros da estante;
os Johnny's.
As cópias agora se conformam
precisam voltar para o seu lugar
afinal
Ela chegou!

Esse poeminha foi feito a pedido de uma grande amiga, Any, e inspirado nela.




segunda-feira, 23 de junho de 2008

dEPENDÊNCIA QUÍMICA




dESCEU AS ESCADAS, PUXOU RÁPIDO AS CHAVES DO BOLSO E TRANCOU A PORTA DE CASA. sAIU AS PRESSAS PORQUE, PELA PRIMEIRA VEZ EM MESES, RECEBEU UMA LIGAÇÃO DE UM AMIGO DISTANTE, A QUEM ELE DEVOTAVA MUITA ADMIRAÇÃO. nOSSO HERÓI É POR DEMAIS DEPRESSIVO. pENSA QUE NINGUÉM O AMA COMO DEVERIA SER AMADO, MAS SEMPRE FOI PRESTATIVO COM OS QUE SUPLICAVAM PELA A SUA AJUDA. pEGOU O ÔNIBUS E SENTOU NO BANCO DE TRÁS, MAS, MUITO ANTES DISSO, REFLETIRA SOBRE A VIDA QUE ELE USURPAVA: A VIDA QUE ELE ESTAVA DESPERDIÇANDO. cHEGOU A TRISTE CONCLUSÃO DE QUE NÃO ERA FELIZ..."Eu não sou feliz, não tenho sido!" a ATENÇÃO DE UM AMIGO SE APRESENTAVA COMO UMA NOVA LUBRIFICAÇÃO NOS OLHOS SECOS E INCHADOS DELE. nÃO PODERIA, NEM SE DESEJASSE, PERDER A OPORTUNIDADE DE SER ÚTIL. a RESPONSABILIDADE SEMPRE TILINTOU NO PEITO DELE, COMO SINOS DE IGREJA QUE SEMPRE LEMBRAM A HORA DA MISSA. dURANTE A VIAJEM, VIBRA O CELULAR NO BOLSO - ERA O AMIGO, PERGUNTANDO SE ELE REALMENTE VIRIA. cLARO QUE ELE IRIA, NÃO PERDERIA A OPORTUNIDADE DE VIVER, AFINAL, SUA VIDA SEMPRE HAVIA SE RESUMIDO A VIDA DOS OUTROS. a VOZ DO AMIGO, DO OUTRO LADO DA LINHA, PARECIA MESMO COM AS SÚPLICAS DE ALGUÉM QUE PRECISA DE UM RUMO. mAS, QUEM PRECISA DE UM DESTINO: NOSSO HERÓI OU O AMIGO DISTANTE? o ENCONTRO ERA NUMA LIVRARIA, ONDE TAMBÉM SERVIAM CAFÉS E CROISSANTS MARAVILHOSOS. oS LIVROS, CONTUDO, SEMPRE PARECERAM MAIS ATRAENTES. dO PONTO ONDE ELE DESCERIA ATÉ A LIVRARIA DEMORARIA UNS 2 MINUTOS PARA CHEGAR, SERIAM DOIS QUARTEIRÕES. a LIVRARIA TINHA UMA VITRINE, DE ONDE SE DAVA PARA VER OS CLIENTES. "Lá está ele!". o AMIGO O VIU E ACENOU, UM SORRISO ABRIU-SE EM AMBAS AS BOCAS, ERA COMO SE TUDO HOUVESSE ACABADO E ELES SIMPLESMENTE TIVESSEM SE ENCONTRADO OCASIONALMENTE. a ÚNICA COISA QUE OS SEPARAVAM ERA UMA RUA E UM PEDAÇO DE VIDRO. a FELICIDADE FOI TÃO CONTAGIANTE QUE NOSSO HERÓI CEGOU PARA TUDO AO SEU REDOR, PENA O TUDO NÃO TER CEGADO JUNTO. eLE AGORA SE ENCONTRA NO ASFALTO, SUFOCADO PELO SANGUE EM SUA GARGANTA, O AMIGO CORREU POR ENTRE AS PRATELEIRAS DE NELSON'S RODRIGUES E MACHADO'S DE ASSI'S. aO CHEGAR JUNTO AO NOSSO HERÓI, SÓ PÔDE OUVIR SUSSURROS: "Um último beijo! É só o que peço, um último beijo para que minha vinda não tenha sido em vão!". bEIJO SELADO. uMA VIDA DESPERDIÇADA ESTIRADA NA AVENIDA. o CARRO QUE O ATROPELOU NÃO PAROU PARA VER SE AINDA EXISTIA VIDA NAQUELE HERÓI, DEPENDENTE DAS QUÍMICAS DA FELICIDADE DOS OUTROS.




Esse mini-conto foi inspirado no filme "O Beijo no Asfalto", com Tarcísio Meira, Ney Latorraca e Cristiane Torlone, baseado no livro, de mesmo nome, de Nelson Rodrigues

sexta-feira, 20 de junho de 2008

mORRO ALVO NAQUELE DIA CINZA



o RELEVO VOLUPTUOSO COMPETIA, PELA MINHA ATENÇÃO, COM A NEBLINA ESFUMAÇADA. eNQUANTO PARA ALGUNS AQUELA PAISAGEM BUCÓLICA FAZIA-OS REFLETIR SOBRE SUAS NOIAS ACUMULADAS, EU APROVEITAVA PARA PENSAR NO BRANCO. dURANTE AS VIAGENS QUE JÁ FUI, PERCEBI QUE OLHAR ATRAVÉS DO VIDRO TEMPERADO DO AUTOMÓVEL ME FAZIA DELETAR TUDO O QUE PUDESSE PASSAR PELOS MEUS NEURÔNIOS. "pOR QUE VOCÊ NÃO ESCREVE SOBRE A PAISAGEM?" - SUGERIU A rIVÂNGELA. bEM, CÁ ESTOU EU. aGORA, AS AMENIDADES CORREM POR DENTRO DOS MEUS OLHOS. aQUELAS CASINHAS DO TAMANHO DO MEU QUARTO E POSICIONADAS CONFORME AS INCLINAÇÕES DOS MORRINHOS, ÚMIDAS PELA ATMOSFERA FRIA, ME FIZERAM PENSAR...eSQUECE. dEVERIA TER COMEÇADO UM DOS MEUS POEMINHAS.




Era uma curva
Como feita pelo Niemeyer
Ela percorria a voluptuosidade
Soavam como pêra
pela sua sofisticação
Morros alvos
surgiam do chão como vírgulas
entre uma planície e outra


Bucolidade[...]
Poças d'água como sangrias entre os grãos
E num momento de desatenção
aparece o verde que se escondia atrás do cinza
Um verde ouriçado
E a viagem só começou


Esse texto e poeminha foram feitos dentro de um ônibus, rumo a Muquém, o dia estava nublado, perfeito para escrever e tomar uma chícara de café. Rivângela, uma amiga, sugeriu que eu escrevesse sobre aquela bucolidade. A foto foi tirada por mim, assim que chegamos a Muquém, pequeno povoado de União dos Palmares/AL, lar de vestigios de uma comunidade quilombola e rico em cerâmica utilitária e decorativa.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

a GAROTA DO VESTIDO AZUL


O vento distorce o azul dela
brinca com a saia
A seda permanece intacta, contudo
Sua morenice contrasta com o bronze das calçadas
onde está aquela doce menina?
O sorriso é convidativo:
"Quer um pouco de pistache?"
Seu vestido é seu manto

Doce garota!
sua saia ainda manifesta-se no ar
A doçura do pistache estacionado no canto da boca
Seu vestido é seu manto
insistem em sussurrar, os querubins
De veludo?
Não
veludo é tecido fino
mas é falsa maciez
Sua derme se confunde é com a seda

A poeira da atmosfera agita-se
Ave à sua morenice!
há um momento
há um segundo de glória
há um instante...
espere
"Quer um pouco de pistache?"


Esse poeminha foi feito a pedido de uma grande amiga, Elaine Gonzaga, e inspirado nela.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

dECRESCENTE ACRESCIDA



Era ela mulher
nasceu assim
O sol interiorano foi testemunha
mas a lua não teve esse privilégio
nunca tivera
As mãos não tiveram chance
chance de tocar o orvalho
chance de chorar
chance de passar das 5pm
Labutar ia ela

É ela menina
cresceu assim
Incólume senso-crítico
O sol não mais a vê acordar
mas a lua tornou-se seu segredo
confidente
Os pés insitem em flutuar
mas a pele ainda sorve o grão
a pele ainda sorve o chão
À Labuta-nova vai ela

Será ela alguém
Algum? Algo?
Talvez agora o sol a veja
tomara que a lua a contemple
Que a abóbada da boca a vigie


A foto foi tirada no município de Pão de Açúcar/AL, por uma grande amiga, Elaine Gonzaga. Esse poema foi feito à pedido de uma outra grande amiga e inspirado nela.
"Que minhas palavras confusas a console!"

quinta-feira, 5 de junho de 2008

aUTOAFIRMAÇÃOmASCULINA











o QUE É PRECISO PARA QUE UM HOMEM SEJA IDENTIFICADO COMO TAL?

*ter o pinto grande é o principal, primordial. Para os desprovidos, "bolinha-de-meia";
*ter um gogó volumoso;
*ser alto;
*ser forte;
*falar grosso e de tom sempre elevado;
*ser pegador;
*ser inteligente;
*ter sucesso profissional, amoroso, a boba 4 (o que quer dizer "a boba 4"?);
*ter, ser, estar. Essencialmente, estar: atualizado, inserido, envolvido, dominando...

pERCEBA QUE TODO ESSE SER, TER E ESTAR É TÃO FALSO QUANTO UMA NOTA DE 3 REAIS, QUE POR SINAL, JÁ FIZERAM UMA. tODO ESSE ESFORÇO PARA SER MAIOR. pERCEBA AGORA QUE TODOS OS ITENS CARREGAM CARÁTER DE GRANDEZA, SUPERIORIDADE. sER HOMEM É SER SUPERIOR? pERCEBA A AMBIGÜIDADE DAS DUAS ÚLTIMAS PALAVRAS JUNTAS: ser superior>ser-superior. iSSO É SER HOMEM? dE NADA VALEU MEU ESFORÇO, ENTÃO. fICO FRUSTRADO TODA VEZ QUE TENHO QUE JUNTAR ESSE 2+2 ACIMA E SAIR NA RUA PARA EXIBIR A CALÇA JEANS QUE EU USO. sER HOMEM É, ACIMA DE TUDO, ENCONTRAR UMA MULHER QUE O DEFINA, AFINAL, O QUE É UM HOMEM? rESPOSTA: É TUDO AQUILO QUE NÃO É MULHER. eNCONTRAR A MULHER CERTA, PORTANTO, É O REAJUSTE DA IDENTIDADE MASCULINA (OU MASCULINIZADA) DE TODO HOMEM. sER HOMEM É, ACIMA DE TUDO, USAR CALÇAS JEANS SIM, MAS TER A CONSCIÊNCIA TRANQÜILA DE QUE ESSA PEÇA NÃO ESTÁ BORRADA DE MERDA. sE TODOS OS HOMENS SE CONTENTASSEM COM UMA (A SUA) ÚNICA MULHER E TIVESSE A CALÇA-DE-PASSEIO LIMPA, TALVEZ PUDÉSSEMOS AUTO-AFIRMAR OU REAFIRMAR OUTRAS COISAS MAIS IMPORTANTES E PRAGMÁTICAS PARA A HUMANIDADE. cOMO POR EXEMPLO: "cadê a porra da chave véi? tô atrasado pra faculdade!"

segunda-feira, 2 de junho de 2008

aQUILO QUE TENHO MEDO


eU ESTAVA ATRASADO PARA O COMPROMISSO DE DOMINGO. o ÔNIBUS DEMOROU A CHEGAR NO PONTO E EU JÁ NÃO AGÜENTAVA MAIS O SOL ESCALDANTE E AS MOSCAS DAQUELE LUGAR IMUNDO. sUBI OS DEGRAUS DE METAL, A PORTA SE FECHOU AUTOMATICAMENTE ATRÁS DE MIM E PASSEI PELA VELHA ROLETA TRANQÜILIAMENTE, AFINAL, APESAR DE SER DOMINGO E OS ÔNIBUS SE ENCHEREM RAPIDAMENTE NESSE DIA, ESSE COLETIVO ATÉ QUE ESTAVA BEM VAZIO. sENTEI EM UMA DAS CADEIRAS E POR CERCA DE DEZ PONTOS-DE-ÔNIBUS, EU ESTAVA TRANQUILO, LENDO RAÇA E HISTÓRIA DE CLAUDE LÉVI-STRAUSS (TRABALHO!). o BARULHO INCONFUNDÍVEL DA PORTA SE ABRINDO SOOU DE NOVO E, LOGO APÓS SUBIREM DUAS PESSOAS, SURGE ENTRE ESTAS UM SER QUE ME ASSUSTOU. sUA VESTIMENTA BEM PECULIAR CHAMOU A ATENÇÃO DE TODOS. cHAMOU A MINHA ATENÇÃO. pENSEI: "NÃO SENTE DO MEU LADO!" E, POR ALGUNS MOMENTOS ACHEI QUE AQUILO NÃO IA SENTAR JUNTO A MIM. eNQUANTO ELE NÃO PASSAVA PELA ROLETA, FIQUEI A OBSERVÁ-LO: SUAS CORES, SEU CABELO, SUA DISCRIÇÃO - APESAR DE SUA APARÊNCIA NÃO SER NADA DISCRETA -, SEUS GESTOS E SUAS EXPRESSÕES FACIAIS. "cONHEÇO ESTE SER! ...é O MEU MEDO". dE NADA ADIANTOU MEUS PENSAMENTOS, ELE SENTOU DO MEU LADO. eNTRE VÁRIAS CADEIRAS, QUE AINDA ESPERAVAM SER OCUPADAS, ELE DECIDIU QUE AO MEU LADO ERA UM BOM LUGAR. fIQUEI TODA A VIAGEM OLHANDO PARA A JANELA E FOLHEANDO O LIVRO. dE REPENTE, UM CHEIRO SUTIL, MAS MUITO DESAGRADÁVEL, COMEÇOU A PAIRAR. sÓ PODIA SER DAQUELE QUE ESTAVA SENTADO PERTO. nÃO CONSEGUI MAIS LER. pERCEBI, DEPOIS DE SENTIR O TAL ODOR DE NOVO, QUE A MINHA JANELA ESTAVA FECHADA. aBRI-A IMEDIATAMENTE. aGORA, PARA MINHA SURPRESA, COMECEI A SENTIR UM CHEIRO DOCE E AGRADÁVEL. sÓ PODERIA SER MESMO DAQUELE SER E ISSO ME ENOJOU AINDA MAIS...EU ESTAVA GOSTANDO DA FRAGRÂNCIA E ISSO ME ASSUSTAVA E, MAIS UMA VEZ, ME ENOJAVA. vOLTEI A LER O LÉVI-STRAUSS. o CHEIRO, QUE JÁ TINHA SE EXTINGUIDO, AINDA ESTAVA NAS MINHAS NARINAS E NA MINHA MEMÓRIA E ME RECUSAVA A GOSTAR DAQUELE CHEIRO. nÃO FOI MUITO DIFÍCIL ODIAR AQUELA FRAGRÂNCIA, NEM TIVE DE FAZER ESFORÇO PARA ISSO, BASTOU LEMBRAR O QUE AQUELE TAL MEDO REPRESENTAVA PARA MIM. mE PRENDI MUITO AO CHEIRO, POR MUITO TEMPO, DURANTE QUASE TODA A VIAGEM PORQUE NÃO OLHEI UM SEGUNDO SEQUER PARA O ROSTO DELE. sEMPRE QUE MEU PESCOÇO COMEÇAVA A VIRAR 180º GRAUS PARA O CORREDOR, EU VOLTAVA COM A CABEÇA. fINALMENTE MEU PONTO DE CHEGADA ESTAVA PRÓXIMO E MEU CORAÇÃO PALPITOU AO VER AS PLACAS E OS PONTOS DE REFERÊNCIA QUE CARACTERIZAVAM O MEU DESTINO. pUS O LIVRO NA MOCHILA, QUE POR SUA VEZ, COLOQUEI-A NAS COSTAS E ME LEVANTEI COMO SINAL PARA AQUELE INDIVÍDUO DE QUE EU IRIA DESCER. pARA MINHA SURPRESA, ELE NÃO HESITOU EM ESTICAR AS PERNAS PARA O CORREDOR - AS MESMAS PERNAS QUE TRISCARAM EM MIM POR TODA A VIAGEM - E ME DEIXOU PASSAR. "pOR QUE SERÁ QUE ELE ME DEIXOU PASSAR?". qUANDO ESTAVA PERTO DOS DEGRAUS, TOMEI CORAGEM E OLHEI PARA AQUELE ROSTO QUE ME ATORMENTARA POR 46 MINUTOS E NOTEI QUE ELE ERA MAIS TRISTE QUE EU. nA VERDADE, EU SUPUS QUE ELE ERA TRISTE, POIS EU, MESMO NÃO TENDO PROFERIDO UMA PALAVRA, PERGUNTEI-ME QUANTAS PESSOAS NÃO PENSAVAM O MESMO QUE EU? e PIOR, QUANTAS JÁ NÃO EXPRESSARAM ESSE ÓDIO? sENTI PENA. qUANDO OS MEUS PÉS TOCARAM O ÚLTIMO DEGRAU, QUESTIONEI-ME SE AQUILO ERA MESMO O MEU MEDO OU SE, SIMPLESMENTE, ERA ALGUÉM QUE DERA O AZAR DE SENTAR AO LADO DE UMA PESSOA QUE O JULGARIA SEM LHE PRESTAR O BENEFÍCIO DA DÚVIDA.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

mAIS UM POUCO DE PELE



comeria um boi inteiro
vísceras frescas
ruminaria
se assim fosse preciso
faria dos chifres, meu troféu
dos cascos, meus tamancos
sugaria seu sangue quente
babado eu ficaria
de tanto morder seus dentes

comeria uma baleia azul inteira
óleo que percorre seu corpo
chuparia sua gordura indecentemente
nadaria em suas artérias
mordiscaria seu estreito esôfago
procuraria plânctons em seus dentes
se assim tu desejasse

comeria um ornitorrinco inteiro
iria eu até a Austrália ou Tasmânia
faria dos esporões venenosos, palitos de dentes
usaria seu bico como pires
soletraria Ornithorhynchus anatinus
chocaria seus ovos na praia
se assim necessitasse

mas não me peça para não ser eu
não me negue a intimidade
"intimista" é o que me define
não me peça distância
não conheço a latitude e a longitude da tua casa
não saberia voltar sem as migalhas de pão
mais um pouco de pele-tua
é só o que peço
rogo-te em nome desse desespero
peça-me tudo o que Freud explica
mas não forje em mim a solidão



domingo, 25 de maio de 2008

o ILUSTRE INVISÍVEL

cá estou eu
calção rasgado no fundo
os azulejos me perceberam
ouvi vozes
misto de sensações que não fazem sentido
o tato não me toca
o olfato não me percebe
o paladar não me...
a audição não me chega
mas os olhos
ah! os olhos
me maltratam
visão que não me enxerga
não me reconhece
estou a um palmo
não me vê
parece não adiantar as minhas lágrimas
zunindo de uma elipse para outra
nada!
definitivamente nada
ótica
sou tão importante
sou tão necessário
mas não sou adquirido
olhos que tapam meus ouvidos
belos olhos que lambem meu pescoço
eu, o invisível, voltarei
mas cedo ou tarde
agora é tarde para buscar outro alguém

sábado, 24 de maio de 2008

cONFESSIONÁRIO



qUEM É CATÓLICO SABE QUE A CRISMA É UMA DAS VÁRIAS CONFIRMAÇÕES DO BATISMO. pARA PODER SE CRISMAR (ESTOU NESSE PROCESSO), É NECESSÁRIO SE CONFESSAR ANTES, NA VERDADE, É NECESSÁRIO SE CONFESSAR SEMPRE QUE POSSÍVEL, POIS, É ATRAVÉS DA CONFISSÃO QUE GANHAMOS O PERDÃO DE DEUS. jÁ OUÇO OS "CONTRA-CATÓLICOS" CRITICANDO! nÃO É O PADRE, A QUEM A GENTE SE CONFESSA, QUE NOS DÁ O PERDÃO, É DEUS MESMO. qUANDO CONFESSAMOS ALGO, SIGNIFICA QUE NOS ARREPENDEMOS DE TER COMETIDO O PECADO CONFESSADO, LOGO, DEUS, QUE É MISERICORDIOSO, PERDOA-NOS. a CONFISSÃO É IMPORTANTE PARA RECEBER O CORPO DE CRISTO: A HÓSTIA CONSAGRADA. é PRECISO ESTAR EM PAZ CONSIGO MESMO PARA PODER TER A HONRA DE RECEBÊ-LO. o PROBLEMA É QUE FAZ ANOS QUE NÃO ME CONFESSO, OU SEJA, ACUMULEI MUITOS PECADOS DESDE ENTÃO. cONFESSO AGORA QUE ESTOU COM MEDO DE ME CONFESSAR, ACHO QUE NÃO TEREI CORAGEM DE DESABAFAR PARA O PADRE AS COISAS QUE FIZ. sÃO MUITAS! cALMA LEITOR(A), SÃO MUITAS PORQUE FAZ TEMPO, COMO JA FALEI, QUE NÃO ME CONFESSO E NÃO PORQUE SOU UM LIBERTINO (RISOS). fICO PENSANDO NAS PALAVRAS CERTAS, MESMO SABENDO QUE NÃO VOU USÁ-LAS NA HORA E NÃO POSSO OMITIR NENHUM DESLIZE, ISSO É O QUE MAIS TEM ME DEIXADO ANGUSTIADO. nÃO POSSO OMITIR PORQUE A CAUSA É NOBRE. mAIS QUE NOBRE, É DIVINA. eSPERO SER PERDOADO POR TUDO QUE COMETI E POR TUDO QUE AINDA VOU COMETER, NÃO SOU PERFEITO E NÓS, RELES MORTAIS, PECAMOS A TODO MOMENTO, MESMO AQUELE QUE SE ACHA UM "santo" OU AQUELE QUE NEM ACREDITA NO PAI. pENA NÃO SE FAZER MAIS CONFISSÕES NO TRADICIONAL CONFESSIONÁRIO, AGORA É CARA-A-CARA. o QUE ME CONSOLA É SABER QUE A CADA DIA ME CONFORMO MAIS COM IDÉIA DE ME CONFESSAR, COM A IDÉIA DE QUE DEVO DIZER QUE NÃO SOU PERFEITO, NÃO SOU SANTO, MACHUCO OS OUTROS E SOU MACHUCADO. sOU TÃO INSIGNIFICANTE QUANTO UMA cadeira, QUER DIZER, MAIS INSIGNIFICANTE QUE UMA cadeira, AFINAL, ELAS NÃO PECAM.

pARANÓIA DO AUTOR QUE VOS ESCREVE


eU ME RENDO. nÃO CONSIGO ESCREVER ALGO QUE NÃO SEJA DA MINHA REALIDADE. eU DEVERIA CONSEGUIR SIM, AFINAL, SE EU ME METO A ESCREVER, PRECISO ME FAZER ENTENDER. nÃO ME RECORDO DAS PALAVRAS EXATAS, MAS manoel bandeira DISSE UMA VEZ QUE QUANDO O LEITOR NÃO ENTENDE O QUE LÊ, A CULPA NÃO É DELE, E SIM DO AUTOR. nÃO ESTAMOS FALANDO, EU E MANOEL, DE UMA LEITURA BURRA, E SIM DA SUBJETIVIDADE. eSTOU ME CONTRADIZENDO, AFINAL, NO TEXTO finalmente, minhas cadeiras, QUE SE ENCONTRA NESTE BLOG, FALO QUE NÃO ME IMPORTO SE NÃO SOU ENTENDIDO, REALMENTE NÃO ME IMPORTO, PREOCUPO-ME EM SABER QUE SÓ TENHO A CAPACIDADE DE ESCREVER O QUE EU SINTO, O QUE EU SOU. é CLARO Q ALGUÉM QUE ESCREVE ALEATORIAMENTE PROVAVELMENTE IRÁ ESCREVER SOBRE SI, OU, PELO MENOS, ALGO DA SUA REALIDADE, MAS MEUS ESCRITOS SÃO "eu" DEMAIS! nÃO QUERO, CONTUDO, ME DESFAZER DISSO, ADORO ISSO EM MIM. sÓ QUERO SABER SE SEI ESCREVER TAMBÉM SOBRE OS OUTROS, ALTERIDADE, MESMO QUE EU NUNCA CHEGUE A ESCREVÉ-LOS. qUE PARANÓIA?!
a foto foi tirada no Restaurante Universitário (RU), por Pep

quarta-feira, 21 de maio de 2008

vELHOS E NOVOS AMIGOS...

fILÓSOFO MACHISTA. kKKKKKK

o NOSSO QUADRO NEGRO: PENSAMENTOS, RESENHAS, PIXAÇÕES E, PRINCIPALMENTE, OS NOSSO APELÍDEOS. o MEU É "BEN-MAGUINHO" PODE?
rÍVS, POR ELAINE GONZAGA, FOTO DE RIVÂNGELA
mEUS NOVOS AMIGOS SÃO QUASE TUDO HOJE PARA MIM, AFINAL, BONS AMIGOS NÃO SE VÃO TÃO RÁPIDO, PRINCIPALMENTE OS MEUS. pOR ISSO, OS NOVOS AMIGOS SÃO QUASE TUDO, PORQUE, JUNTO COM OS VELHOS AMIGOS, FORMAM, PORTANTO, tudo o que eu preciso!!!!!!

terça-feira, 20 de maio de 2008

bEIJO INANIMADO


agora um beijo
beijo que não comparece
mais ou menos 5 segundos
boca na frente de boca
lábios entreabertos
um respira o ar do outro
há um triscar de narizes
alguns sussurros
perceba que as mãos se tocam
o corpo toca o outro corpo
"longos 5 segundos!"
a lingua, antes agir
percorre o pescoço
sem pudor
molha as maçãs do rosto
o hálito quente da alteridade
os olhos sabem que agora
precisam se ausentar
mas não sabem
quando voltar
esperam perceber, ainda nos 5 segundos
o choque que é
sentir a temperatura do outro
o suor da longa espera
passeia pela derme seca
escorrega pela nuca
a procura de um arrepio
"5 segundos infinitos!"
a virilha procura aconchego
e quando os lábios decidem se conhecer
quando as bochechas decidem se encontrar
quando as linguas começam a dançar juntas
quando o último suspiro decide se entregar...
pronto!
acabou o beijo


segunda-feira, 19 de maio de 2008

mINHA DEFINIÇÃO DO QUE É ESTAR AMANDO


"Quando dei por mim, estava amarrado em fitas de cor turqueza. E, mesmo que agora eu não saiba onde pôr os pés e as mãos, não quero mais sair desse emaranhado."

tODA MULHER É IGUAL


uMA DAS COISAS MAIS RIDÍCULAS A SER APRESENTADA HOJE EM DIA NA TELEVISÃO, EM PROGRAMAS VOLTADOS PARA O PÚBLICO FEMININO, É A RECORRENTE DISCUSSÃO DE QUEM TRAI MAIS, QUEM MENTE MAIS, QUEM É MAIS SENSÍVEL...O HOMEM OU A MULHER(?). pOIS, SE AQUELA PORCENTAGEM, QUE APARECE NO CANTO INFERIOR DA TELA, FOR VERDADEIRA, EU SÓ POSSO CHEGAR A UMA CONCLUSÃO: TODO HOMEM SÓ PENSA COM A CABEÇA DE BAIXO E TODA MULHER É BURRA.

cOMO EU SOU CONTRA A ESSA BABAQUICE, VOU COMEÇAR MINHA DEFESA. cOMEÇO, PORTANTO, POR AQUILO QUE TENHO MAIS CERTEZA. qUEM DISSE QUE TODO HOMEM É IGUAL? bRINCADEIRA GAROTAS! vOU COMEÇAR COM A DEFESA AOS HOMENS PORQUE, PARA MIM, É MAIS FÁCIL. hOMENS E MULHERES SÃO HUMANOS; EXISTEM HUMANOS QUE SÃO MAIS SENSÍVEIS QUE OUTROS; EXISTEM HUMANOS QUE MENTEM MAIS QUE OUTROS; EXISTEM HUMANOS QUE TRAEM MAIS QUE OUTROS; E, PRINCIPALMENTE, EXISTEM HUMANOS QUE TÊM MAIS DESEJO SEXUAL QUE OUTROS - E É AQUI QUE NOSSA DISCUSSÃO COMEÇA A GANHAR CARACTERÍSTICAS IGUALITÁRIAS - HOMENS, NÃO TODOS, POIS ESTARIA SENDO CONTRADITÓRIO, SAEM COM SUAS PARCEIRAS PELA PRIMEIRA VEZ E TENTAM LEVÁ-LAS PARA A CAMA. mULHERES, NÃO TODAS, TAMBÉM GOSTARIAM DE DORMIR COM O CARINHA NA PRIMEIRA NOITE, SÓ QUE, EM COMPARAÇÃO COM OS RAPAZES, AS MOÇAS FAZEM ISSO COM MENOS FREQÜÊNCIA POR CAUSA DO "MACHISMO SOCIAL" (DISCUSSÃO, ESSA, QUE CABE AQUI, MAS FUGIRIA DO FOCO). cONCLUO, PORTANTO, ESSA PRIMEIRA PARTE, DIZENDO QUE SERES HUMANOS TRAEM E MENTEM INDEPENDENTEMENTE DE GÊNERO, A MENOS QUE AS MULHERES SEJAM DE OUTRA ESPÉCIE.

e, FINALMENTE, MULHERES NÃO SÃO BURRAS, PELO MENOS AS QUE EU CONHEÇO E ADMIRO. mAS NOS DEIXAM PENSAR QUE SÃO QUANDO PRODUZEM PESQUISAS ESTÚPIDAS, SEM NENHUM EMBASAMENTO CIENTÍFICO, COMO ESSA. dEVO LEMBRÁ-LAS QUE ESTAMOS NO SÉCULO XXI? eSSA ALTERCAÇÃO NÃO NOS CABE MAIS. sE EU TENTEI NÃO SER CONTRADITÓRIO, O MESMO NÃO TEM SIDO FEITO PELAS MULHERES QUE INSISTEM EM INSTITUCIONALIZAR ESSA BESTEIRA DE QUE TODO HOMEM É CAFAJESTE E DE QUE TODA MULHER É SENSÍVEL. nÃO SEI SE AS FÊMEAS, QUE REALIZAM ESSAS ENQUETES NA TV, SABEM QUE EXISTEM MULHERES QUE LUTAM POR UMA IGUALDADE DE CONDIÇÕES COM OS HOMENS. sIM, FÊMEAS, POIS QUEM SÓ SE GUIA PELOS INSTINTOS SÃO OS OUTROS ANIMAIS E EU SEMPRE FUI EDUCADO A PENSAR QUE O QUE DIFERENCIA HUMANOS DOS OUTROS ANIMAIS É A CAPACIDADE DE RACIOCINAR. nÃO ESTOU DIZENDO QUE NÃO TEMOS INSTINTOS E SIM QUE ELES NÃO DOMINAM AS NOSSAS ESCOLHAS, HÁ UM PROCESSO MUITO MAIOR DO QUE SIMPLES DESEJOS, QUE NOS FAZEM TRAIR E MENTIR.

e MESMO QUE EU ESTEJA ERRADO QUANTO AOS HOMENS, AINDA ESTAREI CERTO, POIS GARANTO QUE NÃO SOU "IGUAL A TODOS OS HOMENS", DO PONTO DE VISTA FEMININO. o QUÊ, EU NÃO CONTO?

domingo, 18 de maio de 2008

ai, ai UFAL







aMALDIÇOADA


aGORA VIVO A OBSERVÁ-LA. mINHA SINA. aFF. NA MESA HÁ COPOS DE TODOS OS TAMANHOS E SABORES, MAS ELA DANÇA NA MINHA FRENTE. sE ESTOU BÊBADO NÃO SEI. qUERIA PODER DIZER A ELA PARA SAIR DOS MEUS NEURÔNIOS, "não há espaço para você aqui, quer dizer, até há, mas quem te disse 'bem vinda?'". eU A SUSSURRAR OS PONTOS DE REFERÊNCIA PARA O TAXISTA. pAREI. mAS ELA CONTINUAVA DANÇANDO. mERETRIZ DE BEIRA DE ESTRADA, QUEM DERA...sÓ ASSIM PARA EU AMALDIÇOÁ-LA COM FERVOR, NÃO SENTIRIA CULPA POR JOGAR O NOME DA DEVASSA NO BUEIRO DA MINHA ESQUINA. mAS ELA SE FAZ DE SANTA E, NO FIM, ACABA ME CONVENCENDO QUE REALMENTE É SANTINHA. vOLTA A CULPA POR REPUGNÁ-LA, ELA PARECE NÃO MERECER AS MINHAS PRAGAS. "tAXISTA, POR FAVOR, PARE NO COLÉGIO HAROLDO DA COSTA, MORO LÁ PERTO". sAIO DO TAXI, EU E ELA, ELA E AU, AU,AU. pAREÇO STREET DOG. rESMUNGA ELA POR NÃO TER DANÇADO O SUFICIENTE, COMO POSSO COM ISSO? nÃO POSSO, TENTO, MAS NÃO DÁ MAIS. pRECISO DE UMA OUTRA RAMEIRA, QUE SE FAÇA DE SANTA. mAS UMA QUE SEJA MAIS PACIÊNTE. tIRO A ROUPA. eLA REBOLA, FAZ CHARMINHO E TIRA A ROUPA. eU ARRANCO A CUECA. eLA PÕE O DEDO NA BOCA, FAZ FIRULA E TIRA UMA ALÇA DO SUTIAN. aGORA, QUEM PRECISA DE PACIÊNCIA SOU EU!. a CAMA SENTE O PESO DE DOIS CORPOS, APESAR DE EU SÓ SENTIR OS MEUS TOQUES, DE TÃO FRIA QUE É ESSA MOÇA. hÁ UM MOVIMENTO. hÁ UM ENTRELAÇADO DE PERNAS E PÊLOS. hÃO DE ESCUTAR GEMIDOS, OS VIZINHOS. qUE SE DANEM! tUDO ACABADO. sATISFEITO.


aH, COMO EU AMO ESSA MULHER!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

eu, Cadeira

surpreenda-se você
eu, uma cadeira
pálida amargura
disputar espaço com mesas de bilhar
jogos acontecem acima de minha cabeça
eu, para servir
olhe-me
pareço com uma cadeira?
sou de madeira
ôca?
não-ôca
apesar de não parecer
presto votos de castidade
eu, para obedecer
mas sempre apagam a luz
me deixam com as mesas
cadeiras também andam
realizam o inimaginável
pena nossos donos nos desprezarem
consideram-nos meras coisas
coisificam-nos
eu, agora coisa
pareço com uma coisa?
apague a luz do seu quarto
esconda-se
veja-a secretamente
ela vai se mexer
eu, me mexo
algum dia, quem sabe?


quinta-feira, 15 de maio de 2008

fINALMENTE, MINHAS cadeiras


aNTES DE COMEÇAR, DEVO REPETIR: eu não escrevo para encontrar o sorriso no rosto dos outros. eu escrevo por mim e para mim. se eu quisesse sorrisos, seria palhaço. mesmo assim ainda não coseguria o sorriso mais importante: o meu. escrevo por que sinto que devo me expressar e só me basta que eu me entenda. o resto é resto.. eSSA PAIXÃO PELAS quadrúpedes É CASO ANTIGO. mE LEMBRANDO DE UMA AULA DO PROFESSOR DE pORTUGUÊS PARA cOMUNICAÇÃO, nILTON rEZENDE, ONDE ELE DISSE QUE DEVEMOS FAZER A LEITURA, PRINCIPALMENTE DE POESIAS, DE MANEIRA QUE NÃO USEMOS AS NOSSAS pré-noções (MALDITAS PRÉ-NOÇÕES), PARA QUE ASSIM, NÃO VEJAMOS O TEXTO DO NOSSO MODO E SIM DO JEITO QUE O TEXTO QUER SER LIDO!!! bem...SENTI QUE DEVIA ESCREVER ESSE ANTES DE PÔR A verdadeira cadeira AQUI. tODOS PENSAM NA CADEIRA, QUANDO EU FALO NELA, COMO OBJETO ""Cadeiras também andam, realizam o inimaginável. Pena seus donos as desprezarem por considerá-las meras 'coisas' de decoração". eSSA CADEIRA SOU EU. è LOUCURA, EU SEI. mAS SOU EU. aNTES DE ESCREVER, SEMPRE PENSO EM ALGO INTERESSANTE E DEPOIS REPASSO ESSE PENSAMENTO PARA UM OBJETO QUE ME LEMBRE O QUE EU PENSEI. pensei em mim, NUM MOMENTO BEM PECULIAR DA MINHA VIDA E QUIS IDEALIZAR ALGO Q ME REPRESENTASSE, PARA QUE EU ME ESCREVESSE SEM ME SENTIR OFENDIDO POR MIM MESMO. oLHEI A cadeira, CHEIA DE BAGULHOS, JOGADA NO CANTO DIREITO, NO FUNDO DO MEU QUARTO. pOR UM MOMENTO, ELA SE PARECEU COMIGO. nÃO SEI PORQUE ISSO ME OCORREU, MAS COMECEI ASSOCIÁ-LA A MIM: jogado num canto, servindo de encosto pros outros, subestimado...PUTZZZZZZZZZZZZ!!!! tÔ PARECENDO UM MANÉ CARENTE KKKKKK...mAS NAQUELA ONDA DE 12 ANOS, VIXE! mAS FOI BOM, VENDO AGORA. sEI QUE NÃO TEM ALGUÉM ME LENDO NESSE MOMENTO, TALVEZ SEJA POR ISSO QUE ME SINTO TÃO A VONTADE PRA FALAR. sOU UMA CADEIRA PORQUE FUI SUBESTIMADO COMO UMA CADEIRA QUE NÃO TEM VALORES NENHUM, SOMENTE OBRIGAÇÃO DE SERVIR DE ACENTO PARA ALGUÉM. pEGO UMA CADEIRA E PONHO ELA NO MEU QUARTO, MAS SE ME CANSO DELA, PONHO-A NA COZINHA. cadeiras também andam/apague a luz do seu quarto/esconda-se/veja-a secretamente/ela vai se mexer/algum dia quem sabe?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

uFALINO





Como primeira postagem, não posso deixar de falar da minha nova fase de ufalino. hOMEM é homem quando cria cabelos, pêlos para ser mais exato. Ouvi muito isso. Cria também, ou melhor arruma responsabilidades. Precisa mesmo de mais uma dose disso? Bem, não vou desmerecer os mais velhos. Ainda não. Vou tomar essa dose. Pena não ser hOMEOPÁTICA. "Isso, vâmo ferrando com o novo uFALINO aqui!" Agarro-me na minha velha amiga xÌCARA de cAFÉ. Coitada!!! Mordiscada todas as noites. Lembrei-me de ler um texto aí sobre marxismo. os corredores dessa ufal Me castigam. HOMEM que é homem não lamenta. Paro agora de me lamentar. Não me arrependo, só me decepciono as vezes. Não me vejo, contudo, fazendo outra coisa. Sou do lEW wALLACE, sou dele. Não posso me lamentar porque não sou exatamente o que ele fez. Mas só existo, EU BEN DE HUR, por causa do cara. Horas pra falar besteiras. Porque tenho essa necessidade. Tenho mesmo? Voltemos aos corredores. Apesar de lá não ser amigo do rei, até que me sinto a vontade. Agradeço a Deus por ser flexível a tudo: as situações incomuns, as pessoas incomuns (e como tem gente incomum nessa tal uFAL). Se eu não me metesse a escrever minhas "poesias", talvez eu nem estivesse...sei lá. Tive/tenho um pai que me iniciou no mundinho do papel, chapéus de soldado e barcos. Por isso estou aqui sim, procuro me reafirmar todos os dias. Agora começa meu ataque aos moços de acima de 60. Poxa vida tia, quem disse que isso aqui é vida mansa? Só me arrependo de uma coisa: de não ter enxugado minhas lágrimas a tempo de não cair na terra do sol. "Bem-vindo a um novo estado de espírito". Sim, é novo, mas somente porque eu não esperava me sentir assim de novo. Insisto com as minhas queridas cadeiras. Eu sou uma DELAS. Não espero ser entendido. escrevo Pra mim e por mim. Ainda sou uma cadeira.
a foto foi tirada no corredor do bloco 13, UFAL, eu estou no chão e minha amiga Tayana em pé, outra amiga, Rivângela, bateu a foto