Olhar-se no espelho não era mais a mesma coisa. Não era o seu reflexo apenas o que ele via, mas tudo o que existia; e nada fora daquelas luzes eram reais.
Sua dor era a única 'do' mundo e não 'no' mundo.
Mas não era bem dor o que ele sentia, se parecia mais com mosquitos sangue-sugas em seu pênis. Há algo mais egocêntrico que isso num homem?
Errei: era sim dor; há parte do corpo que doa mais num homem que o seu pênis?
Mas não era bem sexo o que ele queria, não era sexo o que ele fazia. Estamos falando apenas de um espelho e não era de si mesmo que ele estava se enchendo.
Ele queria tudo, mas não sabia que o espelho só reflete o que se encontra em sua frente. Ele não sabia, não sabia, não sabia... juro!
Então ele tentou entrar naquela moldura, que acabou caindo em cima dele, fazendo-o se cortar em várias partes do corpo. O sangue jorrava da sua derme. Foi quando ele percebeu que não era o único pênis 'do' mundo, mas o único 'no' mundo que sangrava por burrice.
[burrice não, coitado! Era apenas desconhecimento]
Ele entendeu da pior forma o significado de "Solipsismo".
5 comentários:
Solipsismo. Obrigada por me acrescentar essa ao meu vocabulário =)
À medida que lemos, as imagens vão sendo construídas na nossa mente, principalmente aquela sofrida dos cortes pelo corpo. Intenso como você... sempre.
Me faz recordar de duas coisas.
A imagem de nós no espelho que não percebemos que com passar do dias muda e quando percebemos o impacto machuca.
Segundo me lembra que um dia me olho de fato no espelho a moldura soltou e caiu igual uma foice no meu pé resultando em 9 pontos rs
Muito legal o seu blog, adorei os textos.
Quando tiver um tempinho vai me visitar:
hojesouassimepronto.blogspot.com
I'm appreciate your writing skill.Please keep on working hard.^^
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